EUA vão fornecer "apoio militar" aos rebeldes

Os Estados Unidos vão fornecer "apoio militar" aos rebeldes sírios, anunciou hoje um responsável da Casa Branca, após os serviços de informações terem confirmado que o regime de Damasco utilizou armas químicas "em pequena escala" contra a oposição.
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A declaração, onde se alega que cerca de 150 pessoas foram mortas em ataques com armas químicas, significa que a Síria ultrapassou a "linha vermelha", a expressão que tem sido utilizada pelo Presidente norte-americano, Barack Obama, sobre a guerra civil no país do Médio Oriente.

No entanto, Ben Rhodes, conselheiro adjunto de segurança nacional de Obama, disse que ainda não foi tomada uma decisão sobre a imposição de uma zona de exclusão aérea na Síria, e optou por não se referir expressamente à entrega de armas, um passo que Washington recusou adotar até ao presente.

De acordo com as Nações Unidas, mais de 90.000 pessoas já foram mortas desde o início do conflito na Síria, em março de 2011.

"Os nossos serviços de informações concluíram que o regime de Assad [Bashar al-Assad, o Presidente sírio] utilizou por diversas vezes armas químicas em pequena escala contra a oposição durante o ano passado, incluindo o agente nervoso sarin", referiu Rhodes numa declaração.

"Os serviços de informações calculam que entre 100 a 150 pessoas morreram devido aos ataques com armas químicas na Síria durante esse período", acrescentou.

"O Presidente foi claro ao referir que o uso de armas químicas, ou a transferências de armas químicas para grupos terroristas, constitui uma linha vermelha para os Estados Unidos", precisou o conselheiro.

"O Presidente disse que o uso de armas químicas alteraria a sua avaliação, e alterou".

Na conferência de imprensa na Casa Branca, Rhodes disse que Washington partilhou informação com a Rússia sobre o uso de armas químicas, mas que Moscovo ainda não concordou com a saída de Assad do poder.

No entanto, o conselheiro de Obama não precisou se os Estados Unidos têm a intenção de armar diretamente os rebeldes que combatem o regime de Damasco, mas disse que Obama "vai consultar o Congresso sobre estas matérias nas próximas semanas".

"Os Estados Unidos e a comunidade internacional possuem uma série de outras respostas em termos legais, financeiros, diplomáticos e militares", assegurou.

"Estamos preparados para todas as contingências e as decisões serão tomadas nos prazos que estabelecermos".

"Vamos atuar de forma deliberada", prosseguiu Rhodes, ao notar que o uso de armas químicas, e o envolvimento do movimento radical libanês Hezbollah e do Irão no conflito sírio "adicionou um elemento de urgência" ao processo.

"O Presidente tomou a decisão sobre o fornecimento de mais apoio à oposição. Isso implicará a concessão de apoio direto ao Conselho Militar Supremo [rebelde]. Isso inclui apoio militar", frisou ainda, sem acrescentar mais pormenores.

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